28 março, 2007

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A arte não oferece respostas; ela propõe questionamentos.

Mas se o homem está em busca de respostas, por que a arte tem o poder de satisfazê-lo, de libertá-lo?

A humanidade sempre se valeu de perguntas para compreender-se, para atingir suas aspirações. As conquistas do homem, sejam elas políticas, intelectuais ou sociais tiveram como mãe, um anseio e como pai, um questionamento.

Mas, não acho que é a resposta que nos liberta. É a pergunta certa. A resposta já traz consigo uma nova pergunta, um novo muro num caminho rumo ao infinito de nós mesmos. O anseio é o que nos faz vivos e o questionamento é o que nos move a experimentar essa vida.

E a música é a formuladora da pergunta sem palavras, da peça do quebra-cabeça que se encaixa com a resposta escondida em nosso peito. Uma pergunta que se solidariza com nossa dúvida.

Por vezes, porém, a música vem como um maremoto; agita a água parada do nosso conformismo, nossa repetição, nossa apatia. Semeadora de interrogações, trampolim do viver... Nos deixa atônitos!... Muito bom esse vigor da arte...

O questionamento é o instrumento de garimpo da nossa natureza. A arte é o braço que o manuseia.

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